Entrevista com Wanteilang Khyllait, missionário salesiano enviado à nossa Inspetoria
Entrevista com Wanteilang Khyllait, missionário salesiano enviado à nossa Inspetoria

Entrevista com Wanteilang Khyllait, missionário salesiano enviado à nossa Inspetoria

Em: 21/09/2023

Por: Thiago Caminada

Categorias: Vocacional Notícia


A Agência de Notícias Salesiana (ANS) realizou uma entrevista com Wanteilang Khyllait, salesiano da Índia que virá para o Sul do Brasil, em nossa Inspetoria São Pio X, como missionário. Leia na íntegra:

Um encontro aparentemente casual na sacristia pode mudar a vida de muitas pessoas. Toda a Família Salesiana (FS) sabe muito bem disso. Mas não estamos falando de Dom Bosco e Bartolomeu Garelli: também o jovem indiano Wanteilang Khyllait pode dizer que sua vida é feita de um antes e um depois do encontro com um salesiano na sacristia. Porque ali, como ele nos conta hoje, nasceu a sua vocação missionária.

Você pode se apresentar?

Sou Wanteilang Khyllait, da Inspetoria de Shillong (INS). Venho de uma aldeia chamada Ladpnarrim, no estado de Meghalaya, no nordeste da Índia. Somos sete na família: meus pais, duas irmãs, três irmãos. Cresci numa família pagã. Em 2010, fui batizado e fiz a primeira comunhão ao mesmo tempo. Em 2013 conheci o P. José Varickaseril SDB, que me apresentou Dom Bosco e a Congregação Salesiana. Terminada a escola, entrei no aspirantado salesiano e segui a minha vocação salesiana. Atualmente estou na comunidade salesiana de Mawkyndeng, preparando-me para partir como missionário e cumprindo os requisitos para obter o visto para o Brasil.

O que o levou a se tornar missionário?

Meu desejo missionário nasceu na paróquia, quando conheci pela primeira vez um sacerdote salesiano de etnia Khasi, o P. Patrick Warjri, de Mawroh, que trabalha na Argentina como missionário. Na época eu ajudava como sacristão e uma manhã encontrei-o na sacristia e fiz algumas perguntas sobre a Argentina, o lugar, o clima, a Fé, a comida, o estilo de vida e a cultura local. Ouvi-o com atenção e fiquei muito impressionado com suas atividades e seu ministério de sacerdote. As pessoas o amavam tanto que até deram o nome dele a uma rua. Todos os dias, quando ele chegava à sacristia, eu lhe fazia novas perguntas e ele me respondia de muito bom grado. Fiquei muito inspirado por seu trabalho, por seu amor pelas pessoas e por sua missão ali. Uma coisa que me impressionou muito foi quando me falou sobre a crise vocacional na Argentina: disse que poucos rapazes e moças acolhem a vida religiosa e que ainda há muito trabalho a ser feito pelas pessoas daquela região. A certa altura, respondi brincando: “Não se preocupe, Padre, eu irei ajudá-lo”. Ele respondeu com um sorriso e disse: “Certamente! Precisamos de missionários para ajudar as pessoas de lá e compartilhar Cristo com elas”. Assim começou minha vocação missionária.

Como você se sente em relação ao país para onde está indo? Você tem algum medo ou apreensão sobre o novo local, cultura ou pessoas?

Recebi a obediência oficial para ir ao Brasil como missionário ‘ad gentes’, destinado à Inspetoria de Porto Alegre. Em primeiro lugar, agradeço a Deus por esta vocação missionária, e estou feliz e ansioso por partir em missão. Não tenho medo do novo lugar ou cultura, pois muitos missionários já partiram antes de mim e continuam indo. Tenho certeza de que Deus não me abandonará e que com a Sua presença poderei enfrentar e superar todas as dificuldades da missão.

Qual foi a reação dos seus familiares, amigos e coirmãos quando você compartilhou sua vocação missionária?

Minha mãe não ficou surpresa com minha decisão, porque eu já havia conversado com ela depois de conhecer o P. Patrick Warjri, o missionário Khasi na Argentina. Ela me disse que, desde que eu sempre faça o bem, para ela não haverá problemas – seja lá onde for que eu esteja. Por outro lado, meus amigos e colegas ficaram chocados com minha decisão, porque não sabiam que nos últimos sete anos eu estava me preparando para ser missionário ‘ad gentes’.

Quais são seus planos e sonhos para a vida missionária?

O meu único plano e desejo é utilizar os dons e talentos que possuo pelos jovens, especialmente pelos pobres, e pelos alunos que abandonarem a escola. Quero ajudar os jovens a descobrir os seus problemas e a superá-los, envolvê-los positivamente nos jogos, na vida de oração, nas competições… e, sobretudo, aproximá-los de Deus.

Entre os grandes missionários, há algum modelo cujo estilo de vida e devoção você gostaria de imitar?

Experimentei, testemunhei e aprendi muitas coisas com os missionários que trabalham na minha região. Alguns realizaram um trabalho verdadeiramente impressionante, especialmente na proclamação de Cristo às pessoas, nas aldeias mais remotas. Meu modelo missionário é o P. José Varickaserril SDB, com quem convivi. Ele veio do estado de Kerala para trabalhar para o povo do Nordeste da Índia. Outro modelo para a minha vida missionária é, como já disse, o P. Patrick Warjri, ora na Argentina.

Você tem alguma mensagem para os jovens sobre o chamado à vocação missionária?

Minha mensagem para os jovens é: “Seja sempre feliz com o que você tem, onde quer que esteja e com o que fizer. Mas se você deseja ser verdadeiramente feliz na vida, deve primeiro aceitar e acolher Deus em seu coração e mente: Deus certamente o ajudará a ser feliz. Ele pode transformar sua vida; pode ajudá-lo a enfrentar o impossível; e v. pode chegar a fazer grandes coisas”.

Comentar