Jejum e penitência: como e por que fazer
Jejum e penitência: como e por que fazer

Jejum e penitência: como e por que fazer

Em: 16/02/2024

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Muitos se perguntam se jejum e penitência são a mesma coisa. Por isso, hoje vamos esclarecer tudo sobre este assunto. Portanto, se você também tem essa ou outras dúvidas, leia até o final!

Jejum e penitência são a mesma coisa?

Não, jejum e penitência não são a mesma coisa! O jejum é uma forma de penitência, já a penitência pode ser feita também de outras maneiras além do jejum, como a oração, a caridade ou o sacrifício.

Vamos entender isso melhor!

O que é penitência?

A penitência é um ato de sofrimento ou sacrifício que fazemos para expressar o nosso arrependimento pelos nossos pecados e para nos reconciliarmos com Deus. E podemos praticá-la de várias maneiras:

Oração: podemos fazer uma oração de arrependimento ou de súplica. Bem como dedicar um tempo maior à oração, rezando o terço ou participando de momentos de adoração ou de uma vigília.

Caridade: podemos ajudar os pobres, os doentes ou os necessitados. Também podemos doar dinheiro ou alimentos para instituições de caridade.

Sacrifício: podemos renunciar a algo que gostamos, como assistir a uma série, ao futebol ou deixar de beber e comer uma comida que gostamos. Podemos também fazer um sacrifício físico, como escalar uma montanha com o coração grato pela natureza, que é local de encontro com Deus.

E lembre-se sempre: independentemente de qual penitência você escolher, o importante é que ela seja feita com um espírito de amor e de arrependimento.

O que é jejum?

Quando falamos em jejum, como ato de penitência, ainda precisamos distingui-lo da abstinência. Tanto o jejum quanto a abstinência são práticas espirituais de penitência que têm sido realizadas pelos cristãos há séculos. São formas de expressar a nossa devoção a Deus e de nos mortificarmos, a fim de nos aproximarmos Dele.

O jejum é a privação de alimentos ou a redução das refeições diárias se alimentando apenas uma vez ao dia. E a Igreja Católica nos ensina que todo católico, a partir de 14 anos, deve praticar o jejum em alguns dias específicos do ano, como na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.

Já a abstinência é a privação da carne e de bebidas alcoólicas nos mesmos dias em que é praticado o jejum.

Mas, além desses dias, a Igreja recomenda a prática do jejum e da abstinência também em cada sexta-feira do ano, em respeito à Paixão de Jesus Cristo.

E sobre o jejum e a penitência, certa vez o Papa Francisco disse em uma de suas homilias: “Se não puder fazer um jejum total, que faz sentir fome até os ossos, faça um jejum humilde, mas verdadeiro”.

Logo, aqui se faz necessário recordar as palavras do próprio Jesus sobre a prática do jejum: “Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam” (Mateus 6,16). Ou seja, devemos manter o semblante alegre quando jejuamos, e não devemos contar para todos que encontrarmos que estamos em jejum.

Jesus ainda complementa: “Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuais, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, te recompensará” (Mateus 6,18).

Penitência: por que devemos praticar o jejum e a abstinência?

O primeiro motivo é porque todo católico é convidado a ter uma vida de ascese, e a expressão ascese vem do grego e significa exercício. Logo, ter uma vida de ascese significa o esforço por ter uma vida de perfeição, exercitando-se na prática das renúncias e das penitências.

Também porque é por meio do jejum e da abstinência que podemos alcançar a virtude da temperança. Segundo o Catecismo da Igreja, no parágrafo 1809, a temperança é uma virtude moral “que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados”.

Ademais, ela nos “assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade”.

Portanto, “a pessoa temperante orienta para o bem seus apetites sensíveis, guarda uma santa discrição e não se deixa levar a seguir as paixões do coração”.

O jejum e a abstinência também são formas de solidariedade com os pobres e necessitados. Ao nos privarmos de algo que gostamos, estamos nos solidarizando com aqueles que não têm o que comer ou beber.

Quais são os tipos de jejum como penitência?

São dois os principais tipos de jejum recomendados pela Igreja: o Jejum da Igreja e o Jejum a pão e água.

  • Jejum da Igreja: tendo em conta que são três as refeições principais do dia (café da manhã, almoço e jantar), é permitido, portanto, realizar uma dessas refeições completa, mas sem exageros. E nas outras duas refeições, deve-se fazer lanches bem modestos, sem comer nada entre as refeições.
  • Jejum a pão e água: deve-se tomar o café da manhã (antes das 9 horas) e comer apenas pão e água no restante do dia até às 18 horas. Entretanto, não é recomendado realizar este tipo de jejum quem tem alguma comorbidade, como a diabetes, ou alguma restrição médica.

O que a Igreja Católica orienta sobre jejum como penitência?

A Igreja Católica orienta que o jejum e a abstinência sejam praticados com o espírito de oração e penitência. E sempre com a intenção de recordar nossa dependência de Deus e de nos preparar para a vida eterna, seja durante a Quaresma ou no decorrer do ano.

Por último, veja algumas dicas para que o seu jejum ou abstinência seja frutuoso:

  • Faça um propósito de oração e penitência antes de iniciar o jejum ou a penitência;
  • Reserve um tempo para a oração durante a sua penitência;
  • Pense nas pessoas que precisam de ajuda e ofereça o seu sacrifício por elas;
  • E sempre que possível, pratique um gesto concreto de caridade, ajudando de alguma maneira os necessitados.

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