O que a Igreja nos ensina sobre o pecado?
O que a Igreja nos ensina sobre o pecado?

O que a Igreja nos ensina sobre o pecado?

Em: 18/08/2023

Por: raphael

Categorias: Paróquia Sto Antonio Noticia


A grande maioria das pessoas ainda acha que pecado está associado à maçã que Eva comeu no paraíso. Será que é isso mesmo? O pecado foi comer a maçã?!

Ou se usa muito esse termo para corrigir as crianças:

“Não faça isso que é pecado e papai do céu castiga”, ou quando algo não vai bem na vida, a gente culpa o pecado!

Mas o que é afinal ‘pecado’? É castigo? Desobediência? Consequência dos nossos atos? Vamos entender esse assunto, mas a partir do amor de Deus e dos ensinamentos da Igreja, sem superstições, nem lendas ou mitos!  Confira este post que preparamos!

O que é o pecado?

O livro do Gênesis (3,1-13) conta a história da entrada do pecado na vida humana através da desobediência de Adão e Eva, que não foi causada pela maçã! De fato, ocorreu um grande problema no paraíso, ou seja, no estado de união da criatura com seu Criador que causou uma separação grave.

Agora, façamos uma comparação simples: um pai compra uma mansão e dá a seu filho. Nela há tudo, desde conforto até toda a alimentação para a vida inteira. Mas o filho não quer apenas a mansão, ele deseja o poder de comprá-la, quer ter posse de tudo!

Isso causa um grande desgosto ao seu pai e ele não tem outra escolha a não ser deixar que o filho mesmo conquiste tudo o que deseja, com seu próprio suor, ainda que o ame. Assim aconteceu com a criação, o homem preferiu as coisas de Deus em lugar de Deus.

Ou seja, trocou a confiança pela desconfiança e isso gerou sérias consequências na humanidade inteira, entrou o pecado! Logo, pecar é agir como se Deus não existisse, comportar-se ignorando a presença amorosa de Deus na vida pessoal. 

E assim entram as consequências: a desobediência, o desequilíbrio entre os homens, Deus e a criação; há problemas, disputas de poder, inveja, ganância e a morte, o preço do pecado. Como diz o Catecismo da Igreja Católica(CIC §399): a harmonia foi destruída.

Mas por que existe o pecado?

É também o Catecismo(CIC §396) que nos ajuda a entender essa pergunta: Deus criou o homem e o fez seu amigo, mas também o fez livre. Quando Deus o proibiu de comer da árvore do conhecimento (Gn.2,17), Ele estava dizendo que havia um limite entre eles.

Há coisas que cabem a Deus e não ao homem, de certa forma para sua própria proteção. É como um pai que diz a uma criança: não ponha o dedo na tomada! Assim fez o Pai com Sua criatura. Mas não funcionou como deveria, e o homem ultrapassou seu limite de criatura.

Resultado: assim como a criança que se fere na tomada, o ser humano machucou-se gravemente porque agrediu sua identidade, afastou-se do amor, não respeitou sua limitação e deu ouvidos às artimanhas do diabo, eterno invejoso da predileção divina pela humanidade. 

Portanto, o pecado é resultado das atitudes do ser humano e não por causa da Vontade de Deus. Muitos acham que Deus é o grande controlador e deveria também impedir o homem de pecar, mas essa não é a lógica do Amor que, apesar de tudo, ainda encontrou uma forma de resgatar a humanidade do pecado.

Cristo, Redentor do pecador e vencedor da morte!

É belo o relato da salvação da humanidade através de Cristo. Desde o antigo testamento, quando o homem pecou e desviou-se da presença amorosa de Deus, Ele buscou uma solução definitiva para esse problema.

Assim a Igreja vê a passagem de Gênesis (3,15) quando Deus estabelece a Mulher sobre a serpente, ou seja, a Virgem Maria com o seu sim à Vontade de Deus rompe a desobediência de Eva, e Cristo quebra toda a desobediência de Adão com Sua entrega ao plano do Pai.

O Catecismo(CIC §411) afirma: 

“Por sua gloriosa cruz, Cristo obteve a salvação de todos os homens. Resgatou-os do pecado que os mantinha na escravidão. O Espírito Santo nos foi dado e, como ensina o apóstolo, desde agora participamos da “liberdade da glória dos filhos de Deus”.

Portanto é a vida de Cristo que nos resgata do pecado. Jamais o homem realizaria essa obra com suas forças, apenas alguém com a força igual a Deus seria capaz de devolver a comunhão perdida com o pecado, travando uma grande batalha com o inimigo de Deus.

Assim fez Cristo com Sua morte e ressurreição: tomou a natureza do homem, fez-se obediente até a morte, pagou o preço da nossa vida com Seu sangue e nos elevou de criaturas para filhos de Deus. Fomos perdoados e libertos por causa de Cristo.

Há um remédio para todo o mal

A história da salvação que nos contam as Sagradas Escrituras é real. Deus nos criou, nos perdeu para o pecado, mas nos resgatou através de seu Filho. Não ficou com mágoa de nós, mas nos perdoou totalmente e nos deu dignidade de filhos de Deus.

Então, Deus se reconciliou conosco, mas como podemos nos reconciliar com Ele? Qual a nossa parte para romper com o pecado que nos atormenta sempre? Vamos às resposta:

  1. Aproximar-se de Cristo e acolher a salvação. Santo Agostinho diz que para nos criar, Deus não precisou de nós, mas para nos salvar, Ele precisa. Logo, precisamos aceitar a salvação para romper com o pecado, buscar Cristo e fazer uma experiência pessoal com Seu amor salvador.
  2. Reconhecer nossa limitação, nosso pecado, nossa culpa e pedir perdão. Fazer o caminho de volta para o Coração de Deus, que é nossa casa, isso se chama conversão. Romper com o pecado que nos escraviza e dizer sim à santidade.
  3. Buscar o Sacramento da Reconciliação – o Sacramento da Confissão é uma arma infalível contra o pecado; é uma forma de não deixar que o mal se instale no coração. Sempre seremos pecadores, mas não precisamos viver sob o jugo do pecado. Por exemplo, há orgulho no ser humano, isso é fato. Porém, quando deixo o orgulho vencer no coração, eu peco.

De que forma isso acontece? Não dou o perdão ao outro por orgulho; não reconheço as qualidades e virtudes de um colega de trabalho, isso é orgulho; sou incapaz de falar a verdade para não perder o prestígio, também é orgulho, logo, se ajo assim, estou pecando.

“Deus não se cansa de perdoar, nós é que cansamos de pedir perdão”

Essa afirmação do Papa Francisco é mais um motivo para combatermos o pecado em nossa vida! Deus está sempre pronto para nos salvar e faz isso de forma total cada vez que nos aproximamos Dele.

Portanto, façamos o caminho da humildade, da simplicidade, da confiança como fez a Virgem Maria e digamos ao Senhor: “Faça-se em mim…”.

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