O que significa viver a verdadeira caridade cristã?
O que significa viver a verdadeira caridade cristã?

O que significa viver a verdadeira caridade cristã?

Em: 23/02/2024

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A caridade é uma das virtudes teologais, ou seja, aquelas que nos unem a Deus. Logo, ela pode ser traduzida pelo amor concreto a Deus e ao próximo, e é considerada a maior de todas as virtudes, pois é a fonte de todas as outras.

Neste sentido, o Catecismo da Igreja nos ensina que “a caridade é a virtude pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus” (CIC 1822).

Sendo assim, viver a verdadeira caridade cristã significa amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. E isso significa colocar o amor de Deus e ao próximo acima de todas as outras coisas, inclusive de nós mesmos. Pois, como diz a Palavra de Deus: “Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 João 3,18).

Mas isso significa que amor e caridade são a mesma coisa? Vamos entender isso melhor!

A caridade e o amor na Bíblia

Assim como o amor, a caridade é um tema central na Bíblia, e ambos são mencionados em todos os livros da Sagrada Escritura.

Embora, na Palavra de Deus, amor e caridade são conceitos intimamente relacionados, não são exatamente a mesma coisa. Enquanto o amor é um sentimento, uma disposição interior de afeto e de cuidado por outra pessoa, a caridade, por sua vez, é a manifestação concreta do amor. Então, podemos dizer que a segunda é o amor em ação!

No Antigo Testamento, ambos são expressos principalmente no cuidado com os pobres e necessitados. O livro de Levítico, por exemplo, ordena aos israelitas que ajudem os pobres, os órfãos e as viúvas (caridade por amor). Já o livro do profeta Isaías, por sua vez, descreve o Deus de Israel como um Deus de compaixão e misericórdia, que cuida dos pobres e oprimidos. Ou seja, um Deus que ama (sentimento) e que cuida (caridade).

E no Novo Testamento, amor e caridade são ainda mais enfatizados. Isso porque Jesus Cristo ensinou que o amor ao próximo é o maior dos mandamentos (cf. Mateus 22,36-40). E Ele mesmo demonstrou esse amor por meio de suas ações (caridade), servindo aos necessitados e curando os enfermos.

Os apóstolos de Jesus também enfatizaram a importância de ser caridoso. Paulo, por exemplo, escreveu que a caridade é o vínculo da perfeição (cf. Colossenses 3,14). Ela é a virtude que une todos os cristãos e os torna um só corpo em Cristo.

Assim, podemos dizer que o amor é a essência da caridade, é o que motiva a ação caridosa. A caridade, por sua vez, é a expressão concreta do amor, é o modo como o amor se manifesta no mundo.

Mas o que é a verdadeira caridade?

Já compreendemos que a caridade é uma virtude fundamental na vida do cristão. Ela é um sinal do amor de Deus por nós e um chamado para que nos amemos uns aos outros.

Contudo, a Igreja nos ensina que a verdadeira caridade acontece a partir de um amor livre, gratuito e incondicional. Além disso, ela não é motivada por interesse próprio ou por obrigação, mas pelo desejo de amar e de servir ao outro.

E quem melhor descreveu a verdadeira caridade foi o apóstolo Paulo, em versos que inspiraram muitas canções.

“A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará” (1 Coríntios 13,4-8).

Caridade e santificação

Ser verdadeiramente caridoso é uma virtude que devemos cultivar com uma prática constante em nossa vida. Por isso que, durante a Quaresma, quando somos convidados a nos preparar para a Páscoa da Ressurreição de Jesus, uma das práticas recomendadas pela Igreja é a caridade. Isso porque a Quaresma tem a ver com conversão, e conversão é um processo no qual  buscamos viver segundo os ensinamentos de Jesus.

E você sabe qual é o resultado das práticas caridosas em nossa vida? Quanto mais praticamos a caridade, mais nos tornamos semelhantes a Deus, que é amor, que é bondoso e misericordioso! Que bênção, não é mesmo?! Logo, a caridade é uma das práticas que tem a ver com a nossa santificação.

Além disso, essa virtude nos ajuda em nossa santificação também porque nos faz crescer no amor a Deus, que é o objetivo final da nossa vida. Ela também nos ajuda a crescer no amor ao próximo, que é um dos frutos do amor a Deus.

Sem contar que a caridade ainda nos ajuda a nos tornar mais humildes e generosos. Ela nos ensina a colocar os interesses dos outros antes dos nossos próprios.

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Coloque essa virtude em prática com o dízimo!

Você sabia que o dízimo é também uma forma de praticar a caridade? Afinal, ele é fruto de um coração aberto.

Você já ouviu falar das quatro dimensões do dízimo? São elas:

Religiosa: o dízimo é uma expressão de nossa fé e de nosso amor a Deus. E é uma forma de agradecer a Deus por tudo o que Ele nos dá, além de demonstrar nossa fidelidade a Ele.

Eclesial: o dízimo é uma contribuição para as despesas da paróquia, além de contribuir para o seu crescimento.

Caritativa: o dízimo também é usado para obras de caridade, como o apoio a pessoas necessitadas da comunidade, a promoção da justiça social e a defesa da paz.

Missionária: o dízimo também pode ser usado para apoiar a missão da Igreja no mundo, como o envio de missionários a outros países e o apoio a obras de evangelização.

A Igreja ainda ensina que o dízimo é um dever de todos os cristãos, mas que deve ser dado com alegria e generosidade. “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria” (2 Coríntios 9,7).

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