Qual a missão das famílias na evangelização da juventude?
Qual a missão das famílias na evangelização da juventude?

Qual a missão das famílias na evangelização da juventude?

Em: 19/05/2022

Por: raphael

Categorias: Paróquia Sto Antonio Noticia


Não é de hoje que se percebe o quanto os jovens têm se distanciado de Deus e perdido o sentido de vida de forma tão dura e assustadora. Por isso, a evangelização da juventude é um dos apostolados que a Igreja mais se dedica a realizar.

Muitos pais se queixam de que estão se sentindo cada vez mais distantes dos filhos.

E é durante a juventude que alguns iniciam o uso de drogas e álcool e afastam-se do convívio familiar.

Mas afinal, qual é o papel das famílias na evangelização da juventude?

 

Missão das famílias na evangelização da juventude

 

No passado, não tão distante, era mais comum ver famílias que educavam seus filhos, desde cedo, na fé católica e os introduziam na vida cristã por meio dos sacramentos.

Um grande exemplo disso era a preocupação e o zelo dos pais para que seus filhos recebessem a primeira comunhão e a crisma no tempo adequado para a idade.

Hoje, mais do que nunca, as famílias devem assumir o protagonismo na educação e no crescimento espiritual dos jovens.

 

A família: lugar de evangelização da juventude

 

Não bastasse o fato do homem e da mulher terem sido criados à imagem de Deus, recebem Dele a bênção e a missão de participar também da sua criação por meio da geração dos filhos: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28), disse o Senhor.

Olha que coisa bela! Deus, com seu infinito amor, nos cria, nos ama e nos permite ser, com Ele, co-criadores do homem.

O Papa Francisco, na Amoris Laetitia, relata que a família é uma revelação dos traços da  Santíssima Trindade. Ela é imagem de Deus na comunhão das três pessoas divinas. É dentro da família que se restaura a “imagem e semelhança” da Santíssima Trindade (Gn 1,26), onde brota o verdadeiro amor.

“O matrimônio e a família recebem de Cristo, através da Igreja, a graça para testemunhar o Evangelho do amor de Deus” (Amoris Laetitia, 61). 

 

Transmitindo a fé no lar

 

Um dos desafios para testemunhar o Evangelho de Cristo em meio a juventude é o medo. Muitas famílias preferem não se aproximar dos jovens que estão passando por momentos de dúvidas e sofrimentos.

Contudo, é importante lembrar que o Senhor não veio para os sãos, mas para os pecadores (Cf. Mc 2,17).

Transmitir a fé nem sempre é algo fácil. Entretanto, fazer a caminhada rumo à Cristo, sofrendo com as dificuldades, requer uma forte decisão por Jesus e pelo testemunho do Evangelho.

O próprio Cristo no Sermão da Montanha disse que são Bem-aventurados aqueles que forem caluniados, perseguidos e difamados por causa Dele. Estes devem se alegrar e regozijar, porque será grande a recompensa no Reino dos Céus (Mt 5,12).

Aproximar-se dos jovens para falar sobre o amor de Deus pode ser um desafio.  Mas quando há amor e dedicação, mesmo que a acolhida não seja imediata, uma semente será plantada no coração desse jovem, e mais cedo ou mais tarde, ela pode germinar e dar muitos frutos.

 

Famílias e a cultura do encontro

 

Por vezes falar de família como lugar de acolhimento parece que estamos falando do óbvio. No entanto, nem sempre o óbvio é vivido com apreço, e muitas vezes, esse lugar fica condenado ao fechamento dos membros da família em si próprios.

Assim, se a família não permanece acolhedora com os próprios filhos adolescentes, que dirá estar aberta para acolher um jovem que não possui laços sanguíneos.

A família é uma expressão da “igreja doméstica”, que possui capacidade para reunir todos em um só lugar em vista do encontro com Deus.

Se essa missão for vivida com seriedade, promovendo o engajamento de outras pessoas, haverá ali uma verdadeira “cultura do encontro” da qual tanto nos fala o papa Francisco.

 

O amor que cura as feridas

 

O amor é capaz de curar as feridas do pecado. O Pai, ao ver sua criatura, sua imagem e semelhança, manchada pelo pecado, não poupou esforços para salvá-la.

Sendo assim, enviou seu Filho Único, a fim de que toda a humanidade tivesse a expiação dos pecados e fosse salva (Cf. 1Jo 4,10) e voltasse a estar unida a Ele.

Nesse sentido, nas Sagradas Escrituras vemos diversos exemplos de como o amor que perdoa os pecados e é capaz de restaurar a alma de uma pessoa: A pecadora perdoada que, com o perfume que trouxe em um frasco de alabastro, ungiu Jesus e lavou os seus pés, enquanto estava sentado à mesa na casa de um fariseu.

A esta mulher, o Senhor perdoa-lhe os pecados (Cf. Lc 7,36-50); Também a parábola do Filho Pródigo, com o belo exemplo do pai, que perdoa seu filho e o recebe de volta em sua casa, mesmo sabendo que o filho havia recebido uma parte da herança e gastado tudo com festas.

Neste caso, o pai não quis saber dos pecados do filho, apenas o amou, o acolheu, o beijou e mandou que seus empregados preparassem uma festa (Cf. Lc 15,11-32).

Nesse sentido, se não fosse o amor, certamente, as feridas deles não seriam estancadas e seus pecados não seriam perdoados.

 

Acolhimento como evangelização da juventude

 

Há tantos jovens que querem apenas um pouco de atenção. Do mesmo modo, desejam saber e sentir que há alguém por eles, que existem pessoas que poderão escutá-lo sem que haja julgamentos e condenações.

Por isso, se a juventude encontra nas famílias um espaço favorável ao acolhimento, muito provavelmente terão aí uma experiência com a pessoa de Jesus Cristo misericordioso, acolhedor e amável. Dessa forma,  a conversão desse jovem também será possível.

Ou seja, essa é a missão das famílias na evangelização da juventude!

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