Artêmides Zatti: o mais novo santo Salesiano

Artêmides Zatti, foi elevado à honra dos altares neste mês de outubro.

Uma canonização representa uma história de vida que se assemelha à entrega de Jesus por cada um de nós. Afinal, cada pessoa que se aproxima de Deus e se deixa conduzir por Seu amor, transborda também amor para onde passa.

Assim aconteceu com Artêmides Zatti, migrante italiano, cidadão argentino, homem simples, religioso salesiano, enfermeiro e servidor de todos. Sua história explica a canonização que acontecerá dia 09 de outubro.

Por isso, vamos conhecê-lo e desde já confiar nossas vidas aos cuidados de sua intercessão.  

Quem é Artêmides Zatti que será canonizado?

Artêmides Zatti nasceu em Boretto-Itália, em 12 de outubro de 1880. Sua família, por causa da pobreza, migrou para a Argentina, em 1897, e se estabeleceu em Bahía Blanca, onde o jovem Zatti, aos 16 anos, conheceu a paróquia administrada pelos Salesianos.

Como todo imigrante que chegou à América fugindo da pobreza, a família de Zatti também sofreu com as adaptações, com a língua e a busca por emprego. Porém,  enfrentava a pobreza cada dia com esperança e fé, dons que acompanharam Artêmides Zatti para a canonização. 

Mas essa dura realidade migratória preparou o jovem para sua vocação. Aos 20 anos, entrou como seminarista na casa de formação dos Salesianos, em Buenos Aires. Lá cuidou de um jovem sacerdote com tuberculose e também contraiu a doença.

No entanto, no Hospital San José, em Viedma, acompanhado pelo padre e médico Salesiano Evasio Garrone, ele alcança o milagre da cura completa. Alcançou essa graça através da intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora, a quem prometeu dedicar toda sua vida aos cuidados dos pobres.

A fé e o amor de Artêmides Zatti explica a canonização

“Eu acreditei, prometi e fiquei curado!” 

Essa frase do santo explica a santidade que se completou com a canonização. A fé, a esperança e a caridade para com os pobres foram virtudes que o acompanharam durante toda sua vida.

Embora não tenha se tornado sacerdote como desejava, devido à tuberculose, Artêmides Zatti encontrou na figura do salesiano coadjutor o estilo de vida santa e o compromisso de trabalhar diretamente com os pobres, próprio de quem ama a Deus. 

Assim, abraçou a consagração religiosa e a profissão de enfermeiro como meio de se dedicar totalmente aos pobres no hospital San José, o primeiro da Patagônia Argentina, em Viedma, na primeira metade do século XX.

Mas o segredo de seu sorriso constante era a fé em Nossa Senhora Auxiliadora, com quem ele conversava o dia inteiro enquanto trabalhava; a profunda vida de oração; a intimidade com as Sagradas Escrituras e a imitação da vida dos santos.

“Parente de todos os pobres”

Cada santo da Igreja imita Cristo em algum aspecto particular, mas há algo que acompanha todos eles: o amor aos pobres. E não foi diferente para o irmão Zatti, porque além de experimentar a pobreza na vida, ele cuidou do pobre como irmão.

Além disso, ele tinha um dom especial que era levar conforto aos pobres através da saúde. Para isso, ele se aperfeiçoou como enfermeiro e também como farmacêutico na Universidade; e não mediu esforços para melhorar em tudo que fazia pelo pobre. 

O santo Artêmides Zatti era zeloso com o pobre, sua presença os consolava além do tratamento que ele prestava a cada um; ele via Jesus em cada um deles e se comportava, como disse um aldeão, como “parente de todos os pobres”. 

Mas sua presença não admirava apenas os mais pobres e sim a todos que se aproximavam dele, porque o santo testemunhava a paciência e a bondade de Deus a todos que o cercavam. 

Zatti, santo!

Podemos pensar, às vezes, que apenas algumas pessoas são dignas deste título de santidade. No entanto, esse é um dom que recebemos no batismo e que desabrocha à medida em que nos deixamos amar e conduzir por Deus.

De forma que a vida de Zatti, que o levou à canonização, era resultado do profundo amor que ele trazia por cada pessoa humana feita à imagem e semelhança de Deus. E em vida ele já realizava milagres que levavam as pessoas à conversão.

Certa vez, o doutor Ecay, médico do hospital, lhe perguntou: “Sr. Zatti, como pode estar sempre de bom humor?” Zatti respondeu: “É fácil, doutor: basta engolir amargo e cuspir doce”. Assim, ele expressa a alegria de pertencer a Deus acima de tudo.

Outro médico que tinha dúvidas sobre a fé disse: 

“Diante de Zatti, minha incredulidade vacila… se há santos na terra, ele é um deles. Quando estou prestes a pegar o bisturi na sala de cirurgia e o vejo ajudando nas operações, com sua sabedoria de enfermeiro e o rosário na mão, o ambiente se preenche de algo sobrenatural…

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“Entraremos sorrindo no céu…” (São Zatti)

Em 1951, por causa de um tumor maligno, o homem de Deus partiu para o Céu. O dia do seu funeral parou toda cidade, mas o santo deixou um caminho de santidade semeado com alegria, paciência, amor e muito trabalho.

Em 1977, os bispos da Argentina pedem ao Papa que inicie o processo para declará-lo santo. Em 2002, o Papa João Paulo II declara Zatti beato da Igreja Católica.

E agora, dia 09 de outubro de 2022, o Papa Francisco irá canonizar o irmão Zatti para a alegria de todos e o consolo dos pobres e doentes.

Como disse  Dom Carlos Mariano Pérez, o Inspetor salesiano dos últimos anos de vida de Zatti, sobre o santo irmão:

“…a oração era como o sopro de sua alma, e ele estava convencido de que tinha a onipotência de Deus em suas mãos”.

Estes próximos dias estão cheios de bênçãos, porque o céu está em festa, então façamos também da oração o sopro da alma e peçamos a graça que precisamos por intercessão de São Zatti.

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