Beato Pio IX: o Papa amigo de Dom Bosco
Beato Pio IX: o Papa amigo de Dom Bosco

Beato Pio IX: o Papa amigo de Dom Bosco

Em: 07/02/2023

Por: raphael

Categorias: Paróquia Sto Antonio Noticia


Pio IX foi eleito Papa aos 56 anos e cumpriu sua missão de pontífice durante 32 anos, um dos mais longos papados da história da Igreja Romana. Mas o zelo apostólico começou cedo, resultado da vida espiritual que cultivava desde jovem.

Nascido sob a proteção da Virgem Maria, em 13 de maio, devotava a ela grande amor e admiração; inflamado de devoção ao Sagrado Coração de Jesus e bondoso para com todos, mas firme nos seus princípios, ele marcou seu tempo com valores do Evangelho.

Estamos falando sobre Giovanni Maria – hoje Beato Pio IX, amigo de Dom Bosco, abençoado por São Vicente Pallotti e defensor da Santa Igreja contra muitos ataques. Confira aqui a história do Papa que realizou o Concílio Ecumêncio Vaticano I. 

Pio IX nasceu na nobreza, mas se fez servo de todos

Em 1792, nasce na Itália Giovanni Maria. Seus pais eram nobres e o educaram com todas as honras. Foi batizado no mesmo dia em que nasceu, crismado em 1799 e recebeu a Primeira Comunhão em 1803.

Desde cedo, o jovem Giovanni tinha propósitos espirituais, dedicava-se à oração e lutava contra o pecado a fim de agradar a Deus. Os estudos eram uma forma de aprender a fazer o bem a todos e não por ambição de saber, como ele mesmo declarou.

Mesmo com a saúde frágil, não desistiu da vida eclesiástica e sua amizade com Deus era a força que o fazia esperar o momento certo. E assim aconteceu: em 1817 recebeu as ordens menores, o diaconato em 1819 e o sacerdócio no mesmo ano. 

Apesar de sua dedicação pastoral e social, não se esquecia de sua devoção à Eucaristia e à Nossa Senhora. Além disso, buscava sempre o recolhimento, era fiel à meditação diária e ao exame de consciência. Assim, o próprio Deus o escolheu para uma grande missão.

Pio IX, um vigário firme em uma época turbulenta

Pio IX aceitou ser bispo aos 36 anos, por obediência à Santa Igreja e foi destinado para a Arquidiocese de Espoleto. Seu zelo pastoral o fez um modelo de pastor para seu povo. E assim, em 1840, aos 48 anos, foi nomeado Cardeal e em 1846 foi eleito Papa.

No entanto, seu pontificado atravessou muitos problemas políticos devido à unificação da Itália e a perda dos Estados pontifícios. Mas o Espírito Santo sabe quem escolhe, e o governo de  Pio IX foi marcado pela firmeza, fidelidade a Deus e diálogo a favor do povo.

Foram muitos os acontecimentos durante o seu papado, entre eles: 

  • A definição do dogma da Imaculada Conceição em 8 de dezembro de 1854; 
  • O envio de missionários ao Polo Norte, à Índia, à Birmânia, à China e ao Japão; 
  • A celebração, com solenidade, do XVIII centenário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo; 
  • A celebração do Concílio Ecuménico Vaticano I – ponto alto do seu pontificado – que teve início em 1869 e se concluiu em 18 de julho de 1870.

Com o fim do poder temporal do Papa, Pio IX recolheu-se no Vaticano, considerando-se prisioneiro, e no dia 7 de fevereiro de 1878 fez seu encontro definitivo com Deus. Teve uma morte piedosa, encerrando o pontificado mais longo da história.

Amigo de santo, santo é! 

No mesmo período do governo do Papa Pio IX, viveu Dom Bosco. Inclusive, foi o Papa com que o fundador dos Salesianos passou a maior parte de sua vida. Conta a história que eles tiveram numerosos encontros, audiências e trocaram centenas de cartas.

Mas quem chamava a atenção de quem? Com certeza, ambos compartilhavam de um desejo intenso de amar a Deus e servi-Lo através das pessoas. Dom Bosco com sua 

dedicação aos jovens e aos trabalhadores e o Papa com o seu zelo apostólico.

A ousadia de Dom Bosco chamou a atenção do Papa várias vezes! Enquanto a Itália brigava politicamente, Dom Bosco catequizava incansavelmente e ia aos lugares mais desprezados, como as penitenciárias, para confortar e evangelizar os presos.

E enquanto muitos se voltavam contra o Papa, Dom Bosco o defendeu e afirmou sua fidelidade ao Vigário de Cristo. É dele a famosa frase: 

“No que diz respeito à religião, eu  estou com o Papa e disso me orgulho!”. 

Uma amizade que levou os dois aos altares da Igreja.

Foi o Papa Pio IX que, em 1858, pediu a Dom Bosco para escrever sobre sua vida e obra. Dom Bosco, porém, demorou um pouco para atender esse pedido. Mas foi graças à insistência de Pio IX que, em 1867, Dom Bosco começou a escrever as “Memórias do Oratório que conta o início de sua vocação e os primórdios do carisma salesiano.

Enfim, elevado à glória dos altares 

Após cumprir sua jornada e o papado mais longo depois de São Pedro, o Papa Pio IX alcançou a glória dos altares. 

Não pelas suas declarações dogmáticas, nem pelas suas realizações como autoridade suprema dos Estados pontifícios e muito menos pelas suas atividades pastorais. 

Mas, principalmente, porque levou sempre uma vida santa, como jovem seminarista, Bispo e Pastor supremo da Igreja universal. 

Além disso, porque praticou as virtudes teologais e cardeais com dedicação e estima.

E assim, foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 3 de setembro de 2000. Sua vida permanece na história e sua oração intercede em favor da Igreja e em defesa da santidade.

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