Mamãe Margarida e a sua importância para Dom Bosco e os Salesianos
Mamãe Margarida e a sua importância para Dom Bosco e os Salesianos

Mamãe Margarida e a sua importância para Dom Bosco e os Salesianos

Em: 25/11/2022

Por: raphael

Categorias: Paróquia Sto Antonio Noticia


Margarida Occhiena, conhecida por mamãe Margarida, foi a bondosa mãe de São Dom Bosco que também acolheu a missão de trabalhar com os pobres e jovens. 

Foi a primeira e principal cooperadora de Dom Bosco, tornando-se presença fundamental e materna da Família Salesiana.

Conheça neste post a história dessa grande mãe de Dom Bosco e da família Salesiana. 

Quem foi mamãe Margarida

Nascida em Capriglio, na Itália, em 1817, Margarida Occhiena era filha de agricultores que a criaram em um lar afetuoso e cristão. 

Foi uma jovem muito trabalhadora que amava os livros, mesmo que o período da história e os muitos trabalhos não a permitissem estudar. 

Aos 24 anos, Margarida casou-se com Francisco Bosco, que era viúvo e tinha um filho de três anos, Antônio.

Em 1813, nasceu o seu primeiro filho José, e em 1815 João (Dom Bosco). Logo após, a família transferiu-se para Becchi, distrito de Castelnuovo d’Asti.

Assim como todas as famílias comuns, passaram por inúmeras dificuldades, perdendo, em 1817, o patriarca da família, atingido por uma forte pneumonia. Mamãe Margarida fica então viúva com apenas 29 anos. 

Mas essa grande mulher de fé sempre manteve Deus acima de todos os seus pensamentos e, nos momentos mais difíceis, colocava orações e preces em seus lábios.

Os anos foram difíceis, a fome e as epidemias assolavam a região. E foi durante esse período que mamãe Margarida se viu enfrentando sozinha a condução da família e tornou-se uma grande e amável educadora.

Mamãe Margarida, exemplo de educadora na fé

O seu intenso amor por Deus formou nela um coração de mãe. 

Margarida estava sempre atenta às brincadeiras de seus pequenos, chegava a dizer com frequência a eles: “Lembrem-se de que Deus os está sempre vendo”.  

Todas as vezes que observava os filhos quietos demais, pensativos, ou receava que estivessem alimentando algum rancor, logo já dizia: “Deus os vê e até os seus pensamentos!”

Com 9 anos, o pequeno Dom Bosco teve o seu sonho com a Virgem Maria e muitas crianças que mudou a sua vida.  Logo que contou o sonho a sua mãe, ouviu dela:

“Quem sabe, tu serás sacerdote”.

Foi Margarida mesmo quem se incumbiu da educação religiosa dos seus meninos. Ensinou-lhes o catecismo e preparou os 3 filhos para a primeira comunhão.

Mamãe margarida, como uma grande mulher de fé, não permitia que seus meninos se afastassem da vida de oração. Mesmo quando já eram homens feitos, logo quando os encontrava, não deixava de lhes perguntar: “Já rezou as orações?”.

Bem como, com a sua firme doçura e a doce firmeza, logo soltava: 

“Muito bem! Porque, você sabe: estude o seu latim, aprenda bastante a sua teologia; mas sua mãe sabe mais do que você: sabe que deve rezar! Quem reza se salva!”

Em todas as situações, Mamãe Margarida demonstrava ser uma sábia educadora, atenta ao crescimento e as mais diversas fases dos três garotos, que tinham temperamentos muito diferentes.

Era muito claro a sua intensa doação aos filhos, com amor desinteressado, paciente e exigente. Atenta à vida deles, confiou tanto nos meios humanos como auxílio divino para dar aos 3 filhos a melhor educação possível. 

Mamãe Margarida, o firme apoio de Dom Bosco

 

“A mãe que ele teve explica, em grande parte, o pai que ele foi para os outros.” (papa Pio XII)

Como boa observadora, Margarida percebeu e incentivou a caminhada do seu filho João na Igreja e fazia de tudo para continuar seus estudos tanto no catecismo como na escola. Ela remendava suas roupas, zelava pelos seus cadernos e livros emprestados, lustrava o crucifixo… e mais do que isto, aconselhava Dom Bosco sempre.

Logo no início de suas obras, o então Padre João Bosco adoeceu fortemente. Muito magro e pálido, houve momentos em que já não conseguia nem mesmo ficar em pé. Foi nessa hora que mamãe Margarida tornou-se o seu maior socorro, cuidando do filho em sua casa.

Neste período, Dom Bosco já cuidava dos meninos das ruas de Turim e crescia o seu primeiro oratório em Valdocco.

Em meio à doença, Dom Bosco não é compreendido pela maior parte da sociedade da época e por autoridades da Igreja. Muitos falavam mal, diziam que ele estava louco, e Dom Bosco tornou-se objeto de piada de muitos.

Todo o falatório chegou ao ouvido e ao coração de Margarida, que, como a Virgem Maria, permaneceu em pé junto à cruz de seu filho. 

Até que Dom Bosco recebe um ultimato para deixar a casa de sua mãe e voltar à Turim. Logo convoca a ajuda da boa e piedosa mamãe Margarida, para se tornar então a primeira educadora salesiana.

Aos 58 anos, mamãe Margarida deixa a sua tranquila vida no campo e vai para Turim, a exercer o papel de mãe para os órfãos de Valdocco.

A forte presença em Valdocco

“O que seria de Valdocco sem a presença de Mamãe Margarida? Teriam sido possíveis suas casas sem esta mulher de Fé? Em algumas regiões, há comunidades que se mantiveram e transmitiram a Fé durante longo tempo, mesmo décadas, sem que algum sacerdote passasse por lá. Isto foi possível graças à presença de mulheres fortes e generosas, que batizaram, catequizaram, ensinaram a rezar, foram missionárias, certamente chamadas e impelidas pelo Espírito Santo. Nesses lugares, as mulheres mantiveram, com admirável dedicação e fé ardente, durante séculos, a Igreja de pé’ (Exort. Ap. Postsin. «Querida Amazônia», 99).

A primeira obra de Dom Bosco para as crianças teve início em Turim, um velho barracão em um local chamado Valdocco.

Ali começou a realizar-se o sonho de Dom Bosco; foram acolhidos então os primeiros órfãos e depois tornou-se o berço de todo o carisma Salesiano. 

Em Valdocco, mamãe Margarida foi a cooperadora mais eficiente de Dom Bosco: preparava a refeição, varria, lavava, costurava, mas não somente o trabalho, para os órfãos era uma verdadeira mãe que encorajava, educava e foi uma testemunha viva da Palavra de Deus para as crianças. 

A presença dessa mãe tão ativa enchia aquele lugar. Foi ela quem criou a primeira horta, que ajudou a alimentar os meninos, e também cuidava de lhes dar outro tipo de alimento, ensinado o dever do trabalho, da coragem cotidiana para a vida dura, a franqueza e a honestidade, o bom humor, e principalmente o evangelho. 

“Todos a chamavam de mãe. Quando precisavam de alguma coisa, os jovens recorriam a ela que, podendo, satisfazia logo o pedido.” (livro Mãe Margarida: A mãe de Dom Bosco P. 31)

A mulher que amou até o fim! 

Não foram poucas as dificuldades que a mamãe Margarida enfrentou com Dom Bosco e os meninos acolhidos, mas jamais dizia não a quem batesse à sua porta.

Margarida deixou rastros de sabedoria por onde passou, ao mesmo tempo era zelosa e carinhosa com os jovens de Dom Bosco. Para todos tinha uma palavra de carinho, um gesto de afeto. Trabalhava o dia todo, incansavelmente, mas nunca deixava,  antes de dormir, dar um beijo de boa noite nos meninos.

Mas, no alto de seus 63 anos, estava sentindo-se exausta pelos muitos trabalhos e pensando constantemente em voltar para sua casa para ficar com outros filhos e netos.

Foi então que, certo dia, Mamãe Margarida tomou a firme decisão de deixar o oratório e fez as malas. Dom Bosco, vendo a desistência da mãe vai a seu encontro e diz:

“Tudo bem Mama, tens razão até de sair sem se despedir do filho. Mas e Dele? Também não vai se despedir? (apontando para o crucifixo na parede).”

Em silêncio, o seu olhar alcança o Cristo Crucificado, ela reflete por alguns segundos; e por fim, dá meia volta para desfazer as malas. Logo volta feliz para o seu trabalho.

Era uma mulher de coração incansável e cheio de amor.

Assumiu sua cruz com muita resiliência, e permaneceu no oratório com seu filho Dom Bosco até a sua morte em 1856.

Venerável Margarida Occhiena

Aos 68 anos, Margarida é acometida por uma grave pneumonia e em 25 de novembro de 1856 entra na vida eterna. 

Dom Bosco, ao dar a notícia a seus meninos, diz: 

“Perdemos nossa mãe, mas estou certo de que ela vai nos ajudar lá do céu. Era uma santa!”

Centenas de jovens formam cortejo até o cemitério, e no seu enterro, choravam como se chora quem perde uma mãe. 

Desde então, gerações de Salesianos passaram a chamá-la carinhosamente de Mamãe Margarida.

Os anos passaram, e mamãe Margarida nunca foi esquecida, pelo contrário, muitos pedem a sua intercessão. Tanto que, no dia 08 de setembro de 1994, ela passa a ser intitulada pela igreja como Serva de Deus Margarida Occhiena, sendo reconhecida as suas virtudes cristãs. 

Assim, nós também podemos rogar à mamãe Margarida que cuide particularmente de nossas causas, como ela cuidava dos meninos de Dom Bosco.

Que enfim essa venerável mãe alcance, por vontade divina, a glória dos santos altares!

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