Catequista, um ministério de fé e amor

Em: 25/08/2023

Por: raphael

Categorias: Paróquia Sto Antonio Noticia

“Ser catequista é motivar o catequizando a ser cristão no mundo com seu testemunho e coerência de vida” (João Carlos).

“[…]sempre fui muito intensa e decidida, mas a cada dia ou nova turma de catequese, me sinto uma pessoa muito mais amada por Deus e inspirada a continuar firme no projeto de edificação do Reino […]” (Maria Teresinha Alves).

Dois trechos dos testemunhos de dois catequistas de nossa comunidade para começar este texto sobre a importância deste ministério na Igreja. No último domingo do mês de agosto – mês vocacional – comemoramos o dia do catequista.

Confira agora o que a Igreja fala sobre essa atividade pastoral e desde já agradecemos ao Bom Deus por cada pessoa que se dedica à formação espiritual de seus filhos e filhas.

Ser Catequista é uma vocação!

“Não se pode esquecer a multidão incontável de leigos e leigas que tomaram parte, diretamente, na difusão do Evangelho através do ensino catequístico.

Homens e mulheres, animados por uma grande fé e verdadeiras testemunhas de santidade, que, em alguns casos, foram mesmo fundadores de Igrejas, chegando até a dar a sua vida.

Também nos nossos dias, há muitos catequistas competentes e perseverantes que estão à frente de comunidades em diferentes regiões, realizando uma missão insubstituível na transmissão e aprofundamento da fé.” (Papa Francisco)

Com essas palavras, o Santo Padre se refere à valiosa colaboração dos catequistas ao longo da história da Igreja. Eles sempre existiram, desde o antigo testamento, através da transmissão da fé pelos profetas, pelos pais, por toda pessoa temente a Deus.

Com a chegada de Cristo, o conteúdo da fé se fortaleceu; começou um novo tempo e com ele surgiram também pessoas que comunicaram a experiência de Cristo entre nós, como os apóstolos e os cristãos que se destacaram no meio do povo para essa missão.

A própria palavra “catequese” significa instruir a viva voz e era exatamente assim que o povo aprendia sobre os mistérios da fé! Na leitura da Palavra, no diálogo e até com entrega da própria vida, muitos catequistas edificaram a catequese como uma vocação na Igreja.

O que é o ministério de catequista?

Em 10 de maio de 2021, o Papa Francisco instituiu o Ministério de Catequista. Agora, ser catequista é um serviço oficial dentro da Igreja. Significa que há o reconhecimento pontifício diante de sua importância, construída ao longo da história da Igreja.

A fé de gerações deve-se à catequese. Sem ela, não é possível batizar, crismar, casar ou ordenar ninguém, porque o conhecimento de Cristo passa pela comunicação de sua vida e esse apostolado é próprio do catequista, logo é uma missão grande e essencial.

Por isso, é mais que justo que a catequese ganhe honras de um ministério e seja oficialmente constituída pela Igreja. Isso prova a grandeza e responsabilidade de quem abraça essa vocação e a vive no cotidiano e na instrução dos filhos(as) de Deus.

Dessa forma, o Papa coloca o ministério de catequista na mesma qualidade do leitorado e do acolitato. Estes dois últimos eram recebidos apenas por homens que se preparavam para a ordenação, mas agora as mulheres também podem ser leitoras e acólitas.

Quem pode receber esse ministério?

A elevação de catequista à categoria de ministério não desobriga os pais, padrinhos, avós ou cada cristão de fazer seu papel de missionário na sociedade. Afinal, todos somos vocacionados à missão de anunciar Cristo por causa do nosso batismo.

No entanto, ser catequista na comunidade é um ministério oficial e pede alguns requisitos. É como ser um professor: é necessário uma qualificação que corresponda ao exercício da profissão, da mesma forma acontece com o catequista.

Para tanto, o Papa dá algumas orientações:

Que os candidatos sejam pessoas de profunda fé e maturidade humana;
Sejam ativos na comunidade e participantes de vida cristã;
Pessoas capazes de acolher o outro com generosidade e fraternidade;
Recebam formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica;
Que sejam acompanhadas devidamente por seus párocos e pelos bispos.

Sobretudo, sejam pessoas de fé, mestres espirituais, exemplos dentro da comunidade e fora dela. E se houver algum adulto que deseja o ministério, ele pode apresentar um pedido por escrito ao bispo diocesano.

“O Espírito chama, também hoje, homens e mulheres […]” (Papa Francisco)

É o Espírito Santo quem chama tantas pessoas a contribuírem com o anúncio feliz da vida de Cristo com a Palavra, a doutrina e principalmente com a vida. Conheça agora o testemunho completo de João Carlos e Teresinha sobre ser catequista na comunidade

João Carlos Opelt – Catequista de Crisma e de Adultos

Para mim, ser catequista é estar disposto a ouvir, mais do que falar. É estar próximo do catequizando e da sua família. É também estar presente na comunidade, pronto a auxiliar aquele que está apenas no início de sua caminhada.

Ser catequista é ter a consciência de que o seu chamado não foi feito por um amigo, pelo padre, pelo coordenador, mas sim por Deus, e que por isso, temos um compromisso com a comunidade, pois fomos enviados por ela, em nome dela, para o anúncio da Palavra de Deus.

O catequista é aquele que deve estar pronto para fazer algo por quem busca a fé, e mostrar a essa pessoa que a fé será encontrada em Deus.

Nós catequistas, pertencemos a uma comunidade, aos catequizandos, e principalmente a Deus! Somos chamados a contribuir efetivamente na construção de uma comunidade melhor e mais viva.

Todo catequista deve conduzir o catequizando ao encontro com Deus, dentro da sua realidade de vida.

Ser catequista é motivar o catequizando a ser cristão no mundo, com seu testemunho e coerência de vida. Ser catequista é caminhar com Cristo, com decisão, com coragem e atitude, não se deixar abater perante as dificuldades.

Assim devemos viver com as exigências que nos cercam, perceber a realidade ao nosso redor, interpelando e provocando, em busca de um sentido amplo da nossa fé.

Ser catequista é compartilhar a sua vida com o catequizando. Enfim, ser catequista é estar pronto para o outro!

O meu Ser e Estar Catequista – Maria Teresinha Alves Opelt

Sou catequista há exatamente 24 anos! Ainda hoje, quando me questiono sobre o que me fez aceitar este chamado, logo relembro que foi obra de Deus através de alguém muito especial e que eu admirava.

Desde o início, sempre fui muito intensa e decidida, mas a cada dia ou nova turma de catequese, me sinto uma pessoa muito mais amada por Deus e inspirada a continuar firme no projeto de edificação do Reino e na missão de levar o Evangelho de Jesus Cristo a todos (catequizandos, famílias, comunidade).

Sei que a graça do Espírito está comigo em cada novo dia e segue firme a me orientar, instruir e motivar, a cada novo desafio, dificuldade e alegrias que surgem.

Não me sinto diferente, nem tão pouco mais merecedora do amor de Deus, mas, sim, me sinto acalentada e mais amada a cada etapa vencida e a cada catequizando que entende o amor misericordioso de Deus através da vivência dos ensinamentos de Cristo.

Ser e Estar e Catequista

Hoje, não saberia dizer como é viver o amor de Deus sem “Ser e Estar e Catequista”, pois o pouco que faço na catequese só reforça e renova o meu sentimento de gratuidade e de pertença à Igreja, na qual acredito, sigo, preso e vivo.

Quem me conhece, sabe que vivo e sirvo a catequese com o mesmo esmero e amor que cuido da minha família. Aliás, a catequese faz parte integral do meu viver, pensar e existir.

Creio e espero sinceramente que todo esse amor que me move na Igreja, em especial na catequese, me faça digna de tanto amor e graças que recebo diariamente de Deus, que é rico em misericórdia, perdão e generosidade.

Enquanto eu puder, e na graça que se renova pelo Espírito Santo, peço que Deus me conceda ainda muito anos na missão de catequizar e anunciar a Boa Nova de Jesus a todos que encontrar.

Que Nossa Senhora Auxiliadora seja minha guia e me guarde sob seu manto sagrado!