Jornada Mundial dos Pobres: “Nunca afastes de algum pobre o teu olhar!”

A jornada Mundial dos Pobres é recente na história da Igreja. Trata-se de um evento comemorado no 33º domingo do Tempo Comum.

Em 2017, o Papa Francisco na Carta Apostólica Misericordia et Misera, estabeleceu a celebração para marcar o fim do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Logo, a Jornada Mundial dos Pobres é fruto da Misericórdia, e nos convida a praticar a misericórdia, que se manifesta no amor, na acolhida e na ajuda aos pobres.

O Dia Mundial dos Pobres teve sua primeira celebração em 19 de novembro de 2017, com o tema “Amamos, não com palavras, mas com obras”. E em sua primeira mensagem para esta comemoração, o Papa Francisco afirmou que “o Pai Nosso é a oração dos pobres!”.

Na ocasião, o Papa Francisco celebrou uma Santa Missa especial na Basílica de São Pedro. Logo depois, as pessoas vulneráveis da região tiveram a oportunidade de participar de um almoço gratuito com o Papa Francisco no Salão Paulo VI. O almoço também foi servido pela Igreja em várias faculdades católicas e em outros locais do Vaticano.

Além disso, durante a semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres, serviços médicos especializados gratuitos em uma clínica móvel estiveram à disposição dos desfavorecidos.

Jornada Mundial dos Pobres no Brasil em 2023

No Brasil,  Pastorais Sociais e Organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promovem a 7ª Jornada Mundial dos Pobres, em preparação ao Dia Mundial dos Pobres.

O tema da Jornada deste ano é “Olhe para mim!”. E o lema “Não desvies o rosto de nenhum pobre” (Tb 4,7). Ou seja, o mesmo versículo bíblico escolhido pelo Papa Francisco como tema do Dia Mundial dos Pobres de 2023.

Como o Dia Mundial dos Pobres será celebrado no dia 19 de novembro, a Jornada Mundial dos Pobres ocorre de 12 a 19 de novembro.

A mensagem do Santo Padre o Papa Francisco

No dia 13 de junho deste ano, o Vaticano divulgou a mensagem do Papa Francisco para o 7° Dia Mundial dos Pobres, que acontece no próximo dia 19 de novembro.

Na mensagem, o chefe da Igreja de Cristo nos recorda que o Dia Mundial dos Pobres é um “sinal fecundo da misericórdia do Pai”. E que se trata de “uma ocorrência que se está se arraigando progressivamente na pastoral da Igreja, fazendo-a descobrir cada vez mais o conteúdo central do Evangelho”.

O Papa ainda afirma que atualmente “vivemos um momento histórico que não favorece a atenção aos mais pobres”. E aponta: “Os pobres tornam-se imagens que até podem comover por alguns momentos. Mas quando os encontramos em carne e osso pela estrada, sobrevêm o incômodo e a marginalização. A pressa, companheira diária da vida, nos impede de parar, socorrer e cuidar do outro.”

Além disso, o Papa chama atenção para a necessidade “de um sério e eficaz compromisso político e legislativo”.

O Papa deixa o convite a não pararmos nos limites e por vezes nas lacunas da política para ver e servir o bem comum. “Possa desenvolver-se a solidariedade e a subsidiariedade de muitos cidadãos que acreditam no valor do compromisso voluntário de dedicação aos pobres”. E afirma:

“Isto, naturalmente, sem deixar de estimular e fazer pressão para que as instituições públicas cumpram do melhor modo possível o seu dever. Mas não adianta ficar passivamente à espera de receber tudo ‘do alto’. Quem vive em condição de pobreza, seja também envolvido e apoiado num processo de mudança e responsabilização”.

A Jornada Mundial dos Pobres e o Livro de Tobias

O Papa Francisco nos recorda em sua mensagem que “é fácil cair na retórica, quando se fala dos pobres”, o que precisamos combater.

Neste sentido, ele afirma:

“Os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs com seus valores e defeitos, como todos, e é importante estabelecer uma relação pessoal com cada um deles”.

E é aqui que entra a relação da Jornada Mundial dos Pobres com o Livro de Tobias. Este Livro bíblico, segundo o Papa, “nos ensina a ser concretos no nosso agir com e pelos pobres. É uma questão de justiça que nos obriga a todos a procurar-nos e encontrar-nos reciprocamente, favorecendo a harmonia necessária para que uma comunidade se possa identificar como tal”.

O Santo Padre ainda afirma:

“Portanto, interessar-se pelos pobres não se esgota em esmolas apressadas; pede para restabelecer as justas relações interpessoais que foram afetadas pela pobreza. Assim ‘não afastar o olhar do pobre’ leva a obter os benefícios da misericórdia, da caridade que dá sentido e valor a toda a vida cristã”.

Neste ano, de maneira especial, o Papa Francisco assim cita novas formas de pobreza:

“Penso de modo particular nas populações que vivem em cenários de guerra, especialmente nas crianças privadas de um presente sereno e de um futuro digno”.

E então somos motivados a “mantenhamos viva toda a tentativa para que a paz se afirme como dom do Senhor Ressuscitado e fruto do compromisso com a justiça e o diálogo”.

O Papa Francisco também citou “as especulações, em vários setores, que levam a um aumento dramático dos preços”, o que deixa muitas famílias numa indigência ainda maior. Além disso, a grande desordem ética que marca o mundo do trabalho, com “remuneração não equivalente ao trabalho realizado”.

Enfim…

A Jornada Mundial dos Pobres, é um chamado para darmos testemunho a toda humanidade que “todos têm direito de ser iluminados pela caridade, ninguém pode ser privado dela”.

Dessa forma, pedimos ao Espírito Santo que nos ajude a manter nossos olhos fixos na realidade de pobreza de tantos irmãos, e nossas mãos sempre prontas a lutar por eles e prestar-lhes auxílio.

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