Santo Antônio e a sua importância na Igreja
Santo Antônio e a sua importância na Igreja

Santo Antônio e a sua importância na Igreja

Em: 01/06/2022

Por: raphael

Categorias: Paróquia Sto Antonio Noticia


Muitos o chamam de Santo Antônio de Pádua, outros de Santo Antônio de Lisboa. Mas o que não resta dúvida é sobre a santidade de vida deste que decidiu entregar sua vida totalmente a Deus e que devido a profundidade dos seus sermões hoje é Doutor da Igreja.

Neste post vamos falar sobre a vida de Santa Antônio, o nosso padroeiro. Portanto, se você quer crescer na amizade com ele e contar com a sua poderosa intercessão, comece conhecendo um pouco mais sobre a vida dele! Você vai se surpreender por saber que sua fama vai muito além de um santo casamenteiro. 

Mas, afinal, é Santo Antônio de Pádua ou de Lisboa?

Na verdade, os dois, e ao longo deste post você vai entender o porquê!

Santo Antônio nasceu no fim do século 12, em Lisboa, por isso alguns o chamam de Santo Antônio de Lisboa. Ele veio ao mundo no dia 15 de agosto de 1195 e seu nome, na verdade, não é Antônio, mas Fernando.

A respeito de sua família, sabe-se muito pouco. Inicialmente nem se sabia dizer quais eram os nomes do seu pai e de sua mãe, pois as primeiras biografias do santo não os citavam. 

Porém, a partir do século 14, tornou-se conhecido que seu pai se chamava Martinho ou Martim de Bulhão e sua mãe, Maria Teresa Taveira. Chegou-se a essa conclusão, porque no obituário de falecimento de uma das irmãs de Santo Antônio, que era freira, consta que ela atendia pelo nome de Maria Martini ou Martins. Isso significa, de acordo com as regras da onomástica da época, “Maria filha de Martinho”.

Conta-se, também, que sua família tinha boas condições de vida e que moravam em frente à Catedral de Lisboa, junto a uma das principais portas da cidade. Alguns dizem que o seu pai era descendente do famoso Godofredo de Bulhão, comandante da I Cruzada, e que a sua mãe descendia de Fruela I, rei de Astúrias. 

Contudo, outras biografias apontam que uma rica família de Lisboa, cujo sobrenome é Bulhão, afirmava ter Santo Antônio como parte de sua árvore genealógica. 

Quando menino, iniciou seus estudos com os cônegos da Igreja de Santa Maria Maior, a Catedral de Lisboa. Desde então gostava muito de estudar e de se manter mais recolhido.

A vocação religiosa

Quando ainda era apenas um adolescente, Fernando foi aceito como noviço no Mosteiro de São Vicente de Fora, localizado em Lisboa, a sua terra natal. Foi então que ele iniciou os estudos para a sua formação religiosa. 

Este mosteiro possuía uma volumosa e rica biblioteca, que continha inclusive uma importante coleção de livros sobre ciências naturais, especialmente de medicina. Isso explica as constantes referências científicas que o Santo futuramente fez em muitos dos seus sermões.

Contudo, aos 19 anos ele pediu para ser transferido para o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, pertencente à Ordem dos Cônegos de Santo Agostinho. Ele desejava não apenas aperfeiçoar sua formação, mas também evitar distrações, já que era constantemente visitado por amigos e parentes. Estando em outra cidade, onde não o conhecessem, ele poderia se dedicar com mais atenção às suas tarefas, orações e estudos.

Naquela época, Coimbra era um importante centro intelectual de Portugal. Portanto, Santo Antônio aprofundou-se no estudo da Palavra de Deus e nos textos dos Padres da Igreja – importantes e influentes teólogos da igreja primitiva. Ele tinha facilidade para memorizar, o que conferiu a ele um conhecimento extraordinário, na ponta da língua, sobre a Bíblia Sagrada.

O futuro santo permaneceu em Coimbra por cerca de 10 anos, ali também ordenou-se sacerdote em 1220, ainda com seu nome de batismo, Fernando. 

Como padre, suas homilias eram cativantes. Pregava o Evangelho com sabedoria, simplicidade e idealismo. 

De Fernando a Antônio 

Vivendo em Coimbra, Santo Antônio – ainda padre Fernando – teve contato com os missionários franciscanos que pertenciam à Ordem fundada por São Francisco de Assis. 

Os franciscanos haviam chegado a Portugal em 1217. E estes religiosos, com quem Fernando se deparou, estavam a caminho do Marrocos, no Norte da África. Partiam com a missão de evangelizar os mouros – praticantes do islamismo.

O jovem sacerdote encantou-se pelo fervor e a radicalidade com que os freis franciscanos viviam o Evangelho. Logo, ele não teve dúvidas: queria experimentar isso na sua vocação.

Contudo, o que talvez mais mexeu com seu interior foi se deparar com os corpos de alguns freis, mortos em sua missão, quando retornaram a Coimbra e foram honrados como mártires. 

Foi então que aconteceu uma grande mudança na sua vida. Decidiu entrar para a Ordem Franciscana, mudou seu nome para Antônio e deu início à sua missão em busca do seu próprio martírio.

O encontro entre Santo Antônio e São Francisco

Logo que se tornou o frei Antônio, ele decidiu que também queria partir em missão para o Marrocos. Contudo, logo que chegou ao seu destino, Santo Antônio ficou gravemente doente e precisou retornar a Portugal, o que fez contra a sua vontade. Afinal, ainda nem tinha tido tempo para pregar o Evangelho, ainda não havia convertido nenhum mouro e muito menos alcançado a glória do martírio por amor a Jesus Cristo.

Porém os planos de Deus eram diferentes do que os franciscanos planejaram para ele!

Durante a viagem de retorno, o barco enfrentou uma forte tempestade que desviou o seu destino para a Itália. Por isso Santo Antônio desembarcou na Sicília, onde se encontrou com antigos amigos religiosos.

Neste lugar ele permaneceu por algum tempo até se dirigir para Assis junto de outros freis para participarem de uma reunião de Capítulo da Ordem. Foi então que aconteceu o encontro entre dois grandes santos da história da igreja: São Francisco e Santo Antônio!

Logo após essa importante reunião para a Ordem, frei Antônio foi transferido para um eremitério em Montepaolo, na província da Romanha, região da Itália. Nesta localidade, ele passou cerca de 15 meses em intensas meditações e árduas disciplinas. 

A missão de pregador e professor

Até então os franciscanos não conheciam as aptidões de frei Antônio como pregador. Apenas quando o provincial o designou para fazer uma pregação em uma cerimônia, pois não havia nenhum frei disponível, foi que descobriram esse seu dom que fez grande diferença na vida da Igreja. 

Na ocasião, o provincial lhe disse: “fale o que o Espírito Santo te inspirar”. Frei Antônio protestou, mas obedeceu. Fez, então, sua pregação falando de forma fluente e profunda. Causou admiração não apenas nos seus irmãos franciscanos, mas também nos freis dominicanos que também estavam presentes na cerimônia. 

Reconhecendo os dons que Deus concedeu a Antônio, São Francisco encarregou-o da formação teológica dos irmãos do Mosteiro. Logo, foi também designado pelo seu provincial a se dedicar exclusivamente à evangelização e difusão da doutrina por toda a região. 

Tempos depois, estando já em Bolonha, uma cidade universitária italiana, Santo Antônio inaugurou uma escola de teologia, que depois foi incorporada à Universidade de Bolonha. E, curiosamente, essa tornou-se a Universidade mais antiga em todo o mundo, fundada em 1088. 

Ali ele era chamado de Pater Scientia e Doctor Veritatis (Pai da Ciência e Doutor da Verdade), afinal o conhecimento que tinha da teologia mística e das Escrituras impressionava a todos. 

O combate à heresia está entre os seus feitos mais importantes  

Logo que Antônio mudou-se para a França combateu de forma incansável as heresias dos cátaros e patarinos, e por esse motivo, já na sua época, ganhou o apelido de “martelo dos hereges”.

Heresia é uma doutrina contrária à ensinada pela Igreja e que deturpa os ensinamentos de Cristo. Os hereges contestavam o valor de toda a vida, a autoridade da Igreja e a própria natureza de Deus.

O milagre da Mula 

Certa vez, Santo Antônio, em uma de suas pregações, se deparou com alguns hereges que negavam a presença real de Jesus na Eucaristia. Pediram, então, ao Santo uma prova irrefutável disso. 

Um deles falou:

“Não acredito que a Hóstia seja o Corpo de Cristo! Mas quero desafiar-te, ó frade: se a minha mula se ajoelhar diante da Hóstia, então acreditarei”. Logo, Frei Antônio respondeu: “Aceito o desafio. Daqui a três dias, trarás a mula a esta mesma praça, diante do povo. Eu trarei a Eucaristia e o animal ajoelhar-se-á diante do Pão consagrado”.

Em seguida, Santo Antônio retirou-se para o mosteiro e se dedicou intensamente à oração e ao jejum. No dia marcado, dirigiu-se à praça com o Santíssimo Sacramento. A multidão que acompanhava permanecia em silêncio enquanto ele ordenou ao animal:

“Em nome do teu Criador, que trago vivo, verdadeiro, real e substancial nas minhas mãos, ordeno-te, ó mula, ajoelhar-te diante d´Ele, a fim de que estes hereges reconheçam que toda a criação é submissa e obediente ao Cordeiro que Se imola sobre os altares”. 

O animal, recusando a cevada que seu dono lhe oferecia como distração, aproximou-se do santo, dobrou as patas da frente diante da Hóstia e assim permaneceu. Então aquele homem herege lançou-se aos pés de Santo Antônio e confessou publicamente o seu erro. A partir daquele dia, tornou-se um dos mais zelosos colaboradores de Santo Antônio.

Conheça a história de outro grande santo: São Domingos Sávio, o santo jovem Salesiano

O papel de Santo Antônio na administração da Ordem Franciscana

Após a morte de São Francisco, em 1227, frei Antônio foi até o Papa Gregório IX para apresentar-lhe a Regra da Ordem. Também, neste ano, Santo Antônio foi indicado como superior provincial da Romanha e fundou um convento em Pádua. 

Já entre os anos de 1228 e 1229 Santo Antônio pregou em muitas regiões de Vêneto e em Florença, cidades italianas. No fim de 1229, voltou para o convento em Pádua e em maio de 1230 participou do Capítulo Geral da Ordem, em Assis. Foi então que ele renunciou à função de provincial. 

Naquele mesmo ano, no mês de junho, viajou para Roma a fim de debater com o Papa a interpretação de certos aspectos da Regra da Ordem. 

Enfim, entre os anos de 1230 e 1231, ele concluiu de maneira definitiva a redação dos seus sermões. Também neste período, pregou com grande sucesso em audiências cada vez mais numerosas.

Outros grandes feitos pouco conhecidos de Santo Antônio

O frei Antônio sempre se dedicou aos necessitados e conseguiu a conversão de muitas prostitutas. 

Além disso, também se envolveu em questões políticas e sociais, promoveu a paz entre partidos opostos e obrigou políticos a devolver o dinheiro público extorquido.

Estando em Pádua, Santo Antônio exigiu que os legisladores aprovassem uma lei para aliviar a pena daqueles que haviam sido presos por causa de dívidas que não conseguiam pagar. 

Ainda mais, ele solicitou ao tirano Ezzelino da Romano a libertação de presos guelfos. 

Os últimos dias de Santo Antônio

No ano de 1231, pouco depois da Páscoa, frei Antônio sentiu-se mal e decidiu sair de Pádua para repousar no eremitério de Camposanpiero, nos arredores da cidade. 

Contudo, no caminho, ele piorou muito e o caridoso Conde Tiso o acolheu e hospedou . Ao perceber que a morte se aproximava, pediu ajuda para voltar ao Mosteiro de Pádua. 

Antes, porém, fizeram uma parada no convento das Clarissas de Arcella, no subúrbio de Pádua. E foi neste local que Santo Antônio partiu para junto de Deus. Era o dia 13 de junho de 1231. 

E justamente por que sua morte ocorreu em Pádua que ele também é conhecido por Santo Antônio de Pádua. Assim, o frei Antônio foi sepultado na Igreja de Nossa Senhora de Pádua.

A santidade reconhecida

Logo após o falecimento, a fama de santidade do frei Antônio se espalhou rapidamente. Por isso, a Igreja logo criou uma comissão para tratar da sua canonização, o que não demorou a acontecer, pois de maneira imediata, a Igreja reconheceu 53 milagres pela intercessão do frei.

Antônio foi reconhecido santo já no ano seguinte à sua morte, em 30 de maio 1232, pelo Papa Gregório IX.  

A cerimônia de canonização aconteceu na Catedral de Espoleto, na Itália. Desde 1263, os restos mortais de Santo Antônio estão na Basílica de Santo Antônio de Pádua. Esta igreja foi construída em sua memória logo após a sua canonização.

Quando na ocasião da transladação do seu corpo, o caixão foi aberto e para surpresa de muitos, sua língua – seu principal instrumento de evangelização –  estava incorrupta. Por isso, São Boaventura, que esteve presente no ato, disse que esse milagre era uma prova de que sua pregação era inspirada por Deus. 

Contudo, em 1315, as suas relíquias foram transferidas para uma nova capela dentro da mesma Basílica. 

Tempos depois, em 16 de janeiro de 1946, Santo Antônio foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII, com o título de Doctor Evangelicus (Doutor Evangélico).

A igreja celebra a memória deste importante santo da vida da Igreja no dia 13 de junho, data em que ele passou para a vida eterna.

Santo Antônio, rogai por nós!

Conheça aqui a missão dos Salesianos na Paróquia Santo Antônio

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