A fé de Dom Bosco que nos leva a Deus
A fé de Dom Bosco que nos leva a Deus

A fé de Dom Bosco que nos leva a Deus

Em: 12/12/2022

Por: raphael

Categorias: Portal Blog


O que significa ter fé? Crer que Deus pode realizar milagres, recorrer a Deus em momentos difíceis, fazer novenas e orações? Talvez essas coisas possam, de certa forma, fazer parte da vida de alguém que crê, mas, sem dúvida, está longe de ser um verdadeiro testemunho de fé.

Contudo, ver a realização de um milagre não garante a todas as pessoas uma fé firme e sólida, embora todo milagre realizado por Deus deveria ser para nós um convite a uma fé mais viva e expectante.

Um momento de dificuldade, muitas vezes, invés de nos fazer recordar a misericórdia e bondade de Deus, em muitas pessoas causa certa confusão e até mesmo descrença. E o que dizer das tantas novenas e orações realizadas por aqueles que demonstram ter fé?

Em muitos casos são apenas amontoados de palavras quando deveria ser um constante clamor a Deus: “Senhor aumentai a nossa fé”. 

Essas e aquelas atitudes acima citadas têm grande valor diante de Deus quando vem acompanhadas de uma confiança cega. Tamanha confiança que, embora eu não veja milagres, sofra muito e até pareça que minhas orações não estejam sendo ouvidas, em tudo e a todo momento peço que seja feito a vontade de Deus.

A fé também não é um ato que se dá a partir de sentimentos, mas quando cremos na palavra pregada por Cristo. Porque é Ele que está dizendo, revelando a Verdade aos homens:

“Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa dessas obras” (Jo 14,10-11).

Portanto, ter fé é lançar-se na vontade divina tendo os olhos fixos no próprio Deus e na Sua palavra.

Na vida de Dom Bosco não foram poucos os momentos em que em suas missões o Santo Salesiano precisou ser ancorado por sua fé. Vejamos mais uma vez como o exemplo deste grande Santo nos encaminha a Deus.

A fé de Bom Bosco na infância

Ao começarmos pela infância e juventude de Dom Bosco percebemos que uma grande fé impulsionava a vida deste Santo. Filho de camponeses pobres e analfabetos, Dom Bosco necessitava ter uma fé sempre viva para que conseguisse alcançar e corresponder ao chamado de Deus em sua vida.

Contudo, mesmo sendo um santo fortemente vocacionado à santidade e amparado pelo céu, ele precisou fazer a sua parte. Mas, principalmente, precisou confiar que as dificuldades servem mais para forjá-lo como um grande santo do que para desencorajá-lo e o fazer desistir.

Devido a morte de seu pai e a situação menos favorecida de sua família, o Santo precisou trabalhar duro e suportar todos os desafios que encontraria pela frente.

Com persistência trabalhou como alfaiate, carpinteiro, ferreiro, sapateiro e ainda buscava nas horas vagas estudar uma de suas grandes aptidões: a música.

É nítido ver que, desde cedo, Dom Bosco deparou-se se com circunstâncias que o ensinaram a sempre seguir em frente e nunca retroceder. As dificuldades em sua vida pareciam sempre apontar para Cristo.

O seu primeiro desafio

Recém ordenado sacerdote, Dom Bosco se depara com seu primeiro desafio. Solicitaram que ele visitasse as cadeias de Turim, e diante de situação tão deplorável sente-se profundamente chamado a contribuir para que a realidade de tantos jovens fosse amenizada.

Como contribuir para a vida de jovens sem nenhuma instrução religiosa ou civil? Como anunciar Cristo atento às necessidades dos homens diante de total abandono?

A fé de Dom Bosco o leva além. Homem de muita oração e ação, decide criar um espaço para que estes jovens recebessem acolhimento e condições básicas até mesmo antes de formá-los na fé.

Assim, criou o Oratório, que funcionava como um local de encontro, abrigo e recreações.

Mesmo sem saber como seria dali pra frente, Dom Bosco sabia que aquele que o havia chamado e colocado em seu coração o desejo de ser o Seu rosto misericordioso para os jovens estaria sempre com Ele.

Mas o que, de fato, nutria a fé de Dom Bosco?

Para que o nosso corpo permaneça com todos os órgãos trabalhando e com suas funções ativas, precisamos antes nutri-lo com aquilo que é necessário. Um corpo que não é nutrido, irá, sem dúvida, definhar a cada dia.

Logo, a nossa vida de fé precisa desta maneira ser nutrida com algo que lhe é essencial: a presença de Deus. Seus trabalhos pastorais eram carregados de uma caridade tão profunda que somente um coração cheio da presença de Deus poderia ser capaz de realizar.

A fiel devoção a Nossa Senhora, o amor profundo a Jesus Eucarístico e a obediência à Igreja nutrem de forma constante a fé de Dom Bosco. É preciso um coração próximo, disposto e humilde para acolher a vontade Divina e fazer dela sua  grande meta de vida.

Contudo, muitos autores modernos desejam reduzir Dom Bosco a um mero sonhador, mas isso é uma visão extremamente rasa deste grande Santo. Dom Bosco, após sua morte, foi reconhecido com um Santo de sétima morada (conforme a descrição das moradas de Santa Teresa D’Avila).

Isso mostra para nós que sua fé era proveniente não de experiências superficiais, mas sim de uma entrega e intimidade profunda com Nosso Senhor.

Portanto…

Como a fé de Dom Bosco se multiplicava em meio a tantos ambientes imprevisíveis, sem dúvida, Deus o conduzia. Também, além de ser um grande servo, era através da vida de oração, seu grande amigo.

Pelo exemplo desta fé firme de São João Bosco e de tantos santos Salesianos nos lancemos em uma vida de intimidade e união com Deus. Assim como São Domingos Sávio e São Callisto Caravario que souberam desde cedo entregar suas vidas a Deus confiando em Sua bondade e providência.

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