Dom Bosco e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A celebração ao Coração de Jesus é uma solenidade muito antiga e reverenciada. São muitas demonstrações de amor e devoção que acontecem na Igreja e no meio do povo de Deus ao longo de muitos anos.

De fato, o Coração de Jesus é o manancial de todas as graças e merece todo amor e admiração. E Dom Bosco foi um dos que demonstrou seu zelo e dedicação a esse Divino Coração de diversas formas. Certa vez disse sobre o Sagrado Coração: 

“Aqui adquire-se o verdadeiro calor, quero dizer: o amor de Deus; não só para si, mas para difundi-lo, compartilhando-o com as almas”. 

E essa veneração se explica pela frequência na confissão e comunhão que o santo cultivava. De tal forma que toda a espiritualidade e o sistema preventivo Dom Bosco são marcados pelas graças do Coração de Jesus. Confira mais sobre essa história!

Dom Bosco e o Coração de Jesus

A devoção ao Coração de Jesus tem sua fonte nas Sagradas Escrituras quando o soldado “perfurou o lado de Jesus com uma lança, e imediatamente brotou sangue e água.” (Jo 19,34)“. 

Nessa passagem, a Igreja, através do magistério, reverencia o Sagrado Coração de Jesus, lugar de onde jorrou a água do batismo e a Eucaristia (sangue). Mas o Coração de Jesus quis se revelar ainda mais através das aparições à Santa Margarida Alacoque, em 1647.

No entanto, apenas em 1856, o Papa Pio IX instituiu a festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, propondo, segundo a recomendação dos santos, a consagração do mundo ao Coração de Jesus.

E Dom Bosco seguiu o amor da Igreja ao Coração de Jesus. O santo nasceu em 1815, e quando fundou a Congregação Salesiana (em 1862), a devoção estava oficializada e o fundador dos Salesianos deu provas concretas de sua devoção ao Coração Divino.

Construção da Basílica do Sagrado Coração de Jesus

A história conta que o Papa Leão XIII reuniu os cardeais e disse a eles sobre a necessidade de continuar as obras da construção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, mesmo sem condições financeiras. E pediu-lhes sugestão para que esse projeto continuasse.

Então o cardeal Alimonda, de Turim, indicou ao Santo Padre o nome de Dom Bosco, na certeza de que ele aceitaria o desafio como uma ordem vinda do Papa. E assim aconteceu! O santo homem reuniu a Congregação e anunciou a nova missão: construir a Basílica!

Porém, a notícia não foi acolhida de imediato pelos salesianos devido a falta de recursos e a fragilidade física de Dom Bosco. No entanto, a vontade de Deus prevaleceu e a congregação votou favorável ao novo empreendimento a pedido do Papa.

Assim, em 1880, a construção da Basílica do Sagrado Coração de Jesus retornou com muito entusiasmo, através dos esforços de Dom Bosco que saiu à procura de recursos financeiros. E no dia 14 de junho de 1887 a Igreja foi consagrada na presença de uma multidão de fiéis e muitos cardeais e bispos.

Consagração da Congregação ao Sacratíssimo Coração

A devoção de Dom Bosco ao Coração de Jesus o acompanhou durante toda a vida e tornou-se parte da espiritualidade salesiana. É tanto que, em 31 de dezembro de 1899, fez chegar a todas as Casas uma “instrução” sobre essa Devoção. 

Para reforçar mais essa devoção, pediu que os noviciados lhe fossem dedicados e, alguns dias antes de morrer, pediu ao padre Francisco Cerutti que compusesse uma oração ao Sagrado Coração pelas vocações.

Após sua morte, seu primeiro sucessor, o Beato Miguel Rua, respondendo ao apelo de vários irmãos e valendo-se do convite do Papa Leão XIII, convocou os salesianos do mundo inteiro a consagrarem-se ao Sagrado Coração. 

Além de estabelecer cinco práticas ao Coração de Jesus como ato de amor reparador: Os Nove Ofícios; a Guarda de Honra; a Comunhão Reparadora; a Hora Santa e a devoção das primeiras sextas-feiras do mês. E assim viveram os salesianos durante décadas. 

Mais que uma devoção, mas um traço da espiritualidade salesiana!

Por causa do amor de Dom Bosco ao Coração de Jesus, este culto tornou-se parte da espiritualidade Salesiana. O próprio sistema educativo-evangelizador de Dom Bosco tem expresso no lema – “Educação é coisa do coração”.

Logo, a síntese entre razão e emoção, aplicadas pelo sistema educativo, tem como inspiração o jeito de amar, de se relacionar e de resgatar a humanidade segundo o Coração de Cristo. 

De fato, Dom Bosco teve o cuidado não apenas de levantar edifícios, consagrar templos em honra ao Coração de Jesus, mas também de levantar homens e mulheres capazes de testemunhar o amor à Igreja e ao próximo. Viva o Divino Coração de Jesus! 

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